Um convite a reflexão do Universo de Olhares aplicados a um mesmo tema ou objeto, sem que o mesmo mude a sua essência.
domingo, 5 de dezembro de 2010
AS ONDAS DO MAR
Olho as ondas do mar
Elas vem, elas vão...
Deixam rastros no chão,
Trazem a praia o que o mar rejeitou.
Levam esperanças e venturas,
Levam também amarguras...
Olho as ondas do mar
Elas vem, elas vão...
Sua força é impossível conter,
Arrastam tudo o que encontram.
Arrebentam até sentimentos
E os levam na brisa dos ventos...
Olho as ondas do mar
Elas vem, elas vão....
Fica uma saudade ,
No meu coração...
Sueli Mozeika
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010
LIÇÕES DA MÃE NATUREZA
Engraçado como são as coisas. Estava estressada com a correria do dia a dia. Reservei uns dias para descansar e renovar minhas energias. No inicio foi difícil, não conseguia desligar, sentia como se estivesse perdendo o controle de mim mesma, perdia-me nas coisas simples. Confesso que fiquei assustada, achando que estava perdendo minhas faculdades mentais. Só por volta do quinto, sexto dia comecei a relaxar e aproveitar a viajem. Tudo começou a parecer mais leve e suave. As paisagens passaram a ganhar cor, as pessoas mais vida, quer dizer, eu passei a sentir a vida.
Aproveitei então o momento, para refletir sobre o estilo de vida que nos impomos a viver. Uma dualidade muito conflitante. Tive oportunidade conhecer pessoas que venderam tudo o que tinham, abandonaram empregos estáveis e vieram montar pousadas e restaurantes numa vilazinha distante de tudo aquilo que é considerado necessidades básicas, para nós, dos grandes centros.
Um local onde só tem uma escola fundamental, para se chegar a um simples centro de saúde tem-se que caminhar muito. O sistema de transporte é deficitário, a carroça e o jegue é a condução dos menos favorecidos, assim como a bicicleta, carros só com tração nas quatro rodas para atravessar o mar de areia, para os que já conseguiram se diferenciar da média da população.
São aventureiros? Corajosos? Ou nós é que somos covardes e/ou apegados ao conforto e consumismo da cidade grande? Somos ambiciosos, invejosos? Somos o que? Fiquei me questionando a respeito. Admirada por tal coragem e desprendimento dos imigrantes e triste por participar de uma comunidade consumista que rouba a nossa vida a troco de uma roupa de grife, uma casa maior, que vai exigir mais em manutenção e cuidados diários e consequentemente nossa energia física e mental para mantermos tais objetos de desejo.
Engraçado, este assunto passou a ter um espaço em minha mente, apesar de ser incomodativo. Ontem fui fazer um passeio fotográfico no Parque Ecológico do Tiete, localizado na zona leste da cidade de São Paulo, divisa com o Município de Guarulhos. Frequentado predominantemente pela população da região. O que presenciei veio bater de frente com o tema que vem me incomodando ultimamente.
Encontrei pessoas de todas as idades, diversos níveis sociais, celebrando a vida. As crianças soltas, correndo, brincando, os jovens jogando futebol, andando de pedalinho, bicicleta, namorando. O tradicional trenzinho que faz uma volta ao longo da trilha das águas, dá a tradicional paradinha na ilha dos macacos para as fotos de família e dos macacos, também, não podia faltar. Todos que nele passeiam mostram a felicidade estampada no rosto.
No parque pode-se ver que se precisa de muito pouco para ser feliz, basta apenas disposição, desprender-se do adulto e deixar a criança interior sair e desfrutar a natureza, que é a nossa mãe. Basta observar a natureza, os animais, as criança e vamos receber a maior lição de vida.
Para nós adultos já contaminados pelas cracas incrustadas em nossas mentes, parece difícil. Vou usar o exemplo do próprio parque que foi construído ao lado de um rio extremamente poluído e que hoje tem um inestimável valor em nosso ecossistema (para saber mais acesse: http://www.ecotiete.com.br/ ). Ele tem colaborando para a preservação da fauna e flora, da região, tem contribuído para evitar enchentes e trazendo inesquecíveis momentos de lazer.
Basta estarmos abertos para as mudanças e nos despirmos das cracas que estaremos nos despoluindo das crenças que nos limitam. Este assunto não termina aqui, tem muitos capítulos em nossas vidas. Vamos pensar melhor sobre ele e proporcionar tanto a nós como aos que nos são caros, uma vida melhor.
Sueli Mozeika
domingo, 24 de outubro de 2010
EM BUSCA DA PAIXÃO
Certo dia estava assistindo um filme motivacional e num dado momento o palestrante pergunta ao grupo quem tinha uma paixão e qual era ela. A maioria dizia que era os filhos, a esposa, outros o trabalho. Ele sorri e diz que isto não era paixão. Paixão podia ser um esporte, um lazer, algo muito pessoal e cada vez que você se envolvia com ela saia energizado. Neste momento senti como se tivesse sido nocauteada com um soco no estomago. Nesta época estava vivendo um momento de muita tensão e pressão tanto no trabalho como no ambiente doméstico e tudo o que vinha realizando estava voltado única e exclusivamente para a família e trabalho. Vinha me sentindo cansada, sem motivação, com a sensação como se estivesse remando contra a maré.
Depois de passado o choque, comecei a fazer uma retrospectiva de minha vida e percebi que eu tive uma paixão e quando me dedicava a ela realizava muitas coisas ao mesmo tempo e tinha muito animo e energia, me sentia plena e feliz. Na época minha paixão era jogar tênis. Infelizmente sofri uma distensão no ombro direito e acabei por me afastar da paixão e quando me dei conta estava mergulhada na roda viva da vida.
Comecei a pensar quais as outras coisas que eu gostava e que me deixavam feliz. Pensei em várias, algumas não viáveis para o momento, outras sim. Iniciei um curso de pintura, a princípio me apaixonei novamente, mas com o tempo comecei a fazer uma coleção de telas e a não ter mais local para guardá-las, mesmo presenteando as amigas, afinal você não vai ficar dando telas pra todo mundo a todo tempo e neste ínterim as “chamadas obrigações” começaram a falar mais alto e sem perceber, deixei esta nova paixão de lado.
Estava me sentindo como numa montanha russa, cheia de altos e baixos. Cada vez que estava nos baixos me questionava sobre minhas paixões. Encontrava paixões ligeiras, me sentia volúvel, pulando de uma para outra muito rapidamente.
Há cerca de dois, depois de uma fase de estresse muito intensa, tive que dar uma virada em minha vida. Ou fazia isso ou poderia ter uma somatização mais séria e com conseqüências nada animadora. Reduzi minha jornada de trabalho sensivelmente, e desenterrei uma paixão há muito sufocada, a fotografia. Esta paixão já esta durando quase dois anos e a cada dia me sinto mais apaixonada. Ela tem me proporcionado passeios onde hoje tenho um olhar diferente, com mais sensibilidade, mais detalhes. Tem me proporcionado fazer novas amizades, e, principalmente, quando começamos entrar na “melhor idade” elas são indispensáveis.
Quando viajo alio duas paixões que se complementam e me proporciona uma aproximação maior com Deus, pois Ele mostra sua presença em cada cantinho da natureza, desde uma pequena e simples flor, que mostra seus matizes de cores e perfumes, como nos pássaros com suas variedades e cantos diversos. Na brisa suave que toca nossa pele, no sol que ilumina nossos caminhos e nos dá a oportunidade de nos deliciarmos com este mundo a parte que quando damos espaço para que entre em nossos sentidos, ele nos dá energia para continuarmos a nossa jornada na selva habitada pelos que se dizem humanos.
Esta preparação toda é só para dizer que estou saindo de férias, vou recarregar minhas energias, vou deixar as minhas paixões comandar a minha vida por uma semana.
Até breve.
Sueli
terça-feira, 12 de outubro de 2010
DEIXE A CRIANÇA SAIR
Depois de tanta chuva, tanto frio,
Eis que o sol reaparece,
A princípio tímido, depois aquece...
Ilumina o dia, a paisagem e sobra o espaço
Para brincadeiras e contemplação
A natureza selvagem sabe preservar a vida.
Nos dá uma lição de amor e esperança,
Basta apenas desviarmos os olhos dos nossos umbigos,
Olharmos ao redor, e deixar a vida entrar em nossos corações.
E voltarmos a ser criança.
Sueli Mozeika
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
PALAVRAS
A UNIDADE NA DIVERSIDADE
UM SÓ CORPO; VÁRIOS MEMBROS
“Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós... Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele”. I Co 12:14-21;25-26
Depois de romper a resistência vem uma ânsia muito intensa de querer recuperar o tempo perdido. De repente vem uma avalanche de temas e assuntos interessantes, e a dificuldade de selecioná-los. É muito interessante o processo que ocorre em minha mente, parece uma disputa onde os temas se digladiam para ver quem será o primeiro a sair em destaque, como o conflito é grande, nada acontece, há uma paralisia total, continuo estagnada, sem saber que caminho tomar. Assim permaneço por alguns dias, agora não sem tempo ou assunto, não por falta, mas sim por excesso. Percebendo que a guerra é intensa decido, então, escutar meus pensamentos, é quando me lembro de um livro que li recentemente “A cientista que curou o seu próprio cérebro” da neurocientista Jill Taylor. Ela descreve as dificuldades e as estratégias que encontrou para vencer um derrame que atingiu seu cérebro esquerdo. Ela pode localizar algumas funções específicas de cada um de nosso hemisfério do cérebro, o direito e o esquerdo e a importância da integração dos mesmos para se sentir inteira e completa.
O que mais me chamou a atenção e me fez lembrar o episódio foi seu comentário a respeito do lado crítico do hemisfério esquerdo. Aquele que apesar de conseguir criar e contar estórias é o que de certa forma nos limita e nos impede de deixarmos a nossa criança aflorar. Quando ele domina, nos tornamos negativistas, e por vezes amargos, nos impedimos de conhecer coisas novas, não nos damos a oportunidade de mudanças e nos restringimos a uma vida enlatada, quadradinha.
Quando é o hemisfério direito quem domina, perdemos nosso senso de limite, a nossa crítica se perde e não nos incomodamos mais com o que os outros vão pensar de nós. As aptidões artísticas se afloram, assim como a sensibilidade e a empatia em relação ao outro. Atingi-se o nirvana. É o cérebro dos sentimentos e sensibilidade.
Vocês agora podem estar perguntando, o que tudo isto tem a ver com sua dificuldade de escolher um tema? Eu lhes respondo. Tudo. Porque quando parei para ouvir meus pensamentos, percebi que meu lado crítico e racional estava predominando, queria algo perfeito, espetacular, que viesse a agradar a todos, mas como ele também é negativista, mostrou seu lado crítico e inseguro, do tipo, você não vai conseguir, foi quando a guerra começou. Quando me dei conta do que estava acontecendo, parei, respirei fundo e deixei minha mente vagar, fluir naturalmente, foi quando as palavras começaram a surgir, lá do fundo do coração. Fui deixando meus sentimentos aflorarem e as palavras e frases foram saindo e preenchendo a página.
Ao perceber o que estava ocorrendo senti uma tranqüilidade e pude comprovar através da prática que podemos resgatar nossa paz interior mudando apenas o nosso foco, sem desprezar o todo. Cada parte de nosso cérebro tem sua função específica e quando esta unidade esta harmonizada com o todo pode gerar a cura e o contrário, se a unidade desprezar a diversidade, o todo, vai gerar a discórdia e a doença.
Sueli Mozeika
“Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós... Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele”. I Co 12:14-21;25-26
Depois de romper a resistência vem uma ânsia muito intensa de querer recuperar o tempo perdido. De repente vem uma avalanche de temas e assuntos interessantes, e a dificuldade de selecioná-los. É muito interessante o processo que ocorre em minha mente, parece uma disputa onde os temas se digladiam para ver quem será o primeiro a sair em destaque, como o conflito é grande, nada acontece, há uma paralisia total, continuo estagnada, sem saber que caminho tomar. Assim permaneço por alguns dias, agora não sem tempo ou assunto, não por falta, mas sim por excesso. Percebendo que a guerra é intensa decido, então, escutar meus pensamentos, é quando me lembro de um livro que li recentemente “A cientista que curou o seu próprio cérebro” da neurocientista Jill Taylor. Ela descreve as dificuldades e as estratégias que encontrou para vencer um derrame que atingiu seu cérebro esquerdo. Ela pode localizar algumas funções específicas de cada um de nosso hemisfério do cérebro, o direito e o esquerdo e a importância da integração dos mesmos para se sentir inteira e completa.
O que mais me chamou a atenção e me fez lembrar o episódio foi seu comentário a respeito do lado crítico do hemisfério esquerdo. Aquele que apesar de conseguir criar e contar estórias é o que de certa forma nos limita e nos impede de deixarmos a nossa criança aflorar. Quando ele domina, nos tornamos negativistas, e por vezes amargos, nos impedimos de conhecer coisas novas, não nos damos a oportunidade de mudanças e nos restringimos a uma vida enlatada, quadradinha.
Quando é o hemisfério direito quem domina, perdemos nosso senso de limite, a nossa crítica se perde e não nos incomodamos mais com o que os outros vão pensar de nós. As aptidões artísticas se afloram, assim como a sensibilidade e a empatia em relação ao outro. Atingi-se o nirvana. É o cérebro dos sentimentos e sensibilidade.
Vocês agora podem estar perguntando, o que tudo isto tem a ver com sua dificuldade de escolher um tema? Eu lhes respondo. Tudo. Porque quando parei para ouvir meus pensamentos, percebi que meu lado crítico e racional estava predominando, queria algo perfeito, espetacular, que viesse a agradar a todos, mas como ele também é negativista, mostrou seu lado crítico e inseguro, do tipo, você não vai conseguir, foi quando a guerra começou. Quando me dei conta do que estava acontecendo, parei, respirei fundo e deixei minha mente vagar, fluir naturalmente, foi quando as palavras começaram a surgir, lá do fundo do coração. Fui deixando meus sentimentos aflorarem e as palavras e frases foram saindo e preenchendo a página.
Ao perceber o que estava ocorrendo senti uma tranqüilidade e pude comprovar através da prática que podemos resgatar nossa paz interior mudando apenas o nosso foco, sem desprezar o todo. Cada parte de nosso cérebro tem sua função específica e quando esta unidade esta harmonizada com o todo pode gerar a cura e o contrário, se a unidade desprezar a diversidade, o todo, vai gerar a discórdia e a doença.
Sueli Mozeika
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
"O triúnfo das nulidades" - Rui Barbosa
JÁ DIZIA O SÁBIO SALOMÃO
"O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer: nada há, pois, novo debaixo do sol.
Há alguma cousa de que se possa dizer: Vê isto é novo? Já foi nos séculos que foram antes de nós.
Já não há lembranças das cousas que precederam; e das cousas posteriores também não haverá memória entre os qe hão de vir depois delas" Ec. 1:9-11
sábado, 25 de setembro de 2010
QUEBRANDO A RESISTENCIA II
OS ESPINHOS DA VIDA
Ola! Cá estou eu, novamente. Há cerca de dois meses comentei das dificuldades de sairmos da nossa zona de conforto, do empenho necessário para quebrarmos a inércia. A princípio pensei que aquele primeiro empurrão seria suficiente para dar continuidade aos meus assuntos aqui no blog, mas foi ledo engano. Nos primeiros dias comecei a imaginar os novos temas, que por sinal, foram muitos, mas logo veio um desanimo, como se tudo o que estava pensando não valesse a pena, até porque me dei conta de que a maioria dos assuntos que estava pautando eram muito negativistas e que poderia cansá-los. Na verdade me dei conta de que era eu quem estava cansada, desmotivada de tudo, principalmente do ser humano, que a meu ver esta se tornando cada dia mais egoísta e individualista. Comecei a me fechar cada dia mais, dentro da minha concha, mas isto começou a me incomodar, pois não posso acreditar que viemos a este mundo, única e exclusivamente para sermos servidos. Passei a me questionar para que então gastei tanto tempo estudando, adquirindo conhecimentos? Para enterrar, embolorar numa gaveta? Mas mesmo assim ainda não conseguia sentar diante desta tela e colocar algo que pudesse esclarecer o que vinha sentindo. Será que era uma depressão, ou uma raiva muito grande, uma decepção com o mundo e porque não comigo mesma? Foram muitos os meus questionamentos, mas me sentia incapaz de uma resposta, me sentia emburrecida, pois não conseguia ler, não conseguia pensar, por momentos até para escrever uma frase corriqueira nos meus relatórios do dia a dia me parecia algo muito difícil, as palavras sumiam, como se eu não conseguisse me comunicar. Houve momentos que isto começou a me preocupar, serão os primeiros sintomas de uma demência senil? A única coisa que eu sabia no momento era que não queria me expor, não queria falar, não queria nada, passava horas jogando paciência e para piorar, não conseguia finalizar um jogo se quer, chegava a jogar mais de dez, quinze vezes o mesmo jogo e não conseguia finalizar, acabava por desistir. Nem se quer me passava pela mente em escrever algum assunto para o blog, na verdade cheguei a esquecê-lo, também.
Nesta ultima semana, minha inquietação aumentou mais ainda, sentia-me incomodada com tudo e todos, queria me isolar mais ainda, embora goste de ter meus momentos de introspecção, mas ao mesmo tempo sabia que isso não fazia parte do meu ser, principalmente no que diz respeito a falta de cooperação e sensibilidade a dor do outro. Tentei pegar alguns livros para ler, mas não conseguia me concentrar, olhava para a coleção de filmes que tenho e nenhum chamava a minha atenção. Fui até a locadora e comecei a ver os filmes mais recentes, mais para uma questão de atualização, como falei anteriormente, estava me sentindo emburrecida, na verdade a palavra mais correta talvez fosse “vazia”. Já havia lido algum comentário sobre o filme Julie & Julia, então resolvi pegá-lo. Um filme que aparentemente pode parecer despretensioso começou a mexer com minhas emoções e sentimentos, pois ambas, Julie e Julia, sentiam necessidade de participarem da vida, não como mera expectadoras, mas contribuindo de alguma forma. Elas tinham algo em comum, tinham uma paixão, que podia ser gratificante a cada uma delas e ao mesmo tempo compartilhada com pessoas que também se beneficiariam com ela. Muitos diriam que seria a missão, outros a troca de energia no universo, o nome não importa, cada uma estaria interagindo e colaborando com seu potencial.
Eureca, a luz começou a acender. Hoje, durante meus afazeres domésticos, liguei o rádio, na CBN, e estava iniciando a programação Caminhos Alternativos, e o tema era “Os Caminhos da Cidadania”, falava-se sobre o nosso papel na sociedade. Foram muito interessante as entrevistas na rua, com o público, e com os convidados e a frase que mais me tocou foi do empreendedor social Wellington Nogueira, fundador e coordenador dos Doutores da Alegria, a respeito das nossas responsabilidades sociais: “Não adianta jogar no colo de ninguém, eu tenho que fazer a mudança, e se eu fizer a mudança eu consigo impactar as pessoas pelo meu exemplo”.
Não bastasse isso, após o almoço, assisti ao segundo filme que havia pego na locadora. A Troca, com Angelina Jolie, de 2008, o que me chamou a atenção foi o fato de ser baseado em uma história real. Mostra até onde estamos dispostos a sofrer retaliações e lutar pela justiça, pela verdade e colaborar com meu próximo, para não dar continuidade a uma farsa.
Diante de três situações, cada qual em tempos e contextos diferentes, mas todos com o mesmo propósito e fim, não preciso falar que foi o suficiente para acordar trazer esta mensagem a vocês.
Eu sei que não basta apenas acordar e amanhã cair novamente em sono profundo, mas eu me sinto feliz de poder compartilhar esta minha experiência e quem sabe ser mais uma formiguinha que age e não apenas mais um que se queixa e cruza os braços. Não sei por onde começar, mas tenho certeza que se cada um fizer a sua parte, teremos uma vida melhor e estaremos preparando nossos filhos e descendentes mais conscientes de seu papel na sociedade.
Até breve.
Sueli Mozeika
Ola! Cá estou eu, novamente. Há cerca de dois meses comentei das dificuldades de sairmos da nossa zona de conforto, do empenho necessário para quebrarmos a inércia. A princípio pensei que aquele primeiro empurrão seria suficiente para dar continuidade aos meus assuntos aqui no blog, mas foi ledo engano. Nos primeiros dias comecei a imaginar os novos temas, que por sinal, foram muitos, mas logo veio um desanimo, como se tudo o que estava pensando não valesse a pena, até porque me dei conta de que a maioria dos assuntos que estava pautando eram muito negativistas e que poderia cansá-los. Na verdade me dei conta de que era eu quem estava cansada, desmotivada de tudo, principalmente do ser humano, que a meu ver esta se tornando cada dia mais egoísta e individualista. Comecei a me fechar cada dia mais, dentro da minha concha, mas isto começou a me incomodar, pois não posso acreditar que viemos a este mundo, única e exclusivamente para sermos servidos. Passei a me questionar para que então gastei tanto tempo estudando, adquirindo conhecimentos? Para enterrar, embolorar numa gaveta? Mas mesmo assim ainda não conseguia sentar diante desta tela e colocar algo que pudesse esclarecer o que vinha sentindo. Será que era uma depressão, ou uma raiva muito grande, uma decepção com o mundo e porque não comigo mesma? Foram muitos os meus questionamentos, mas me sentia incapaz de uma resposta, me sentia emburrecida, pois não conseguia ler, não conseguia pensar, por momentos até para escrever uma frase corriqueira nos meus relatórios do dia a dia me parecia algo muito difícil, as palavras sumiam, como se eu não conseguisse me comunicar. Houve momentos que isto começou a me preocupar, serão os primeiros sintomas de uma demência senil? A única coisa que eu sabia no momento era que não queria me expor, não queria falar, não queria nada, passava horas jogando paciência e para piorar, não conseguia finalizar um jogo se quer, chegava a jogar mais de dez, quinze vezes o mesmo jogo e não conseguia finalizar, acabava por desistir. Nem se quer me passava pela mente em escrever algum assunto para o blog, na verdade cheguei a esquecê-lo, também.
Nesta ultima semana, minha inquietação aumentou mais ainda, sentia-me incomodada com tudo e todos, queria me isolar mais ainda, embora goste de ter meus momentos de introspecção, mas ao mesmo tempo sabia que isso não fazia parte do meu ser, principalmente no que diz respeito a falta de cooperação e sensibilidade a dor do outro. Tentei pegar alguns livros para ler, mas não conseguia me concentrar, olhava para a coleção de filmes que tenho e nenhum chamava a minha atenção. Fui até a locadora e comecei a ver os filmes mais recentes, mais para uma questão de atualização, como falei anteriormente, estava me sentindo emburrecida, na verdade a palavra mais correta talvez fosse “vazia”. Já havia lido algum comentário sobre o filme Julie & Julia, então resolvi pegá-lo. Um filme que aparentemente pode parecer despretensioso começou a mexer com minhas emoções e sentimentos, pois ambas, Julie e Julia, sentiam necessidade de participarem da vida, não como mera expectadoras, mas contribuindo de alguma forma. Elas tinham algo em comum, tinham uma paixão, que podia ser gratificante a cada uma delas e ao mesmo tempo compartilhada com pessoas que também se beneficiariam com ela. Muitos diriam que seria a missão, outros a troca de energia no universo, o nome não importa, cada uma estaria interagindo e colaborando com seu potencial.
Eureca, a luz começou a acender. Hoje, durante meus afazeres domésticos, liguei o rádio, na CBN, e estava iniciando a programação Caminhos Alternativos, e o tema era “Os Caminhos da Cidadania”, falava-se sobre o nosso papel na sociedade. Foram muito interessante as entrevistas na rua, com o público, e com os convidados e a frase que mais me tocou foi do empreendedor social Wellington Nogueira, fundador e coordenador dos Doutores da Alegria, a respeito das nossas responsabilidades sociais: “Não adianta jogar no colo de ninguém, eu tenho que fazer a mudança, e se eu fizer a mudança eu consigo impactar as pessoas pelo meu exemplo”.
Não bastasse isso, após o almoço, assisti ao segundo filme que havia pego na locadora. A Troca, com Angelina Jolie, de 2008, o que me chamou a atenção foi o fato de ser baseado em uma história real. Mostra até onde estamos dispostos a sofrer retaliações e lutar pela justiça, pela verdade e colaborar com meu próximo, para não dar continuidade a uma farsa.
Diante de três situações, cada qual em tempos e contextos diferentes, mas todos com o mesmo propósito e fim, não preciso falar que foi o suficiente para acordar trazer esta mensagem a vocês.
Eu sei que não basta apenas acordar e amanhã cair novamente em sono profundo, mas eu me sinto feliz de poder compartilhar esta minha experiência e quem sabe ser mais uma formiguinha que age e não apenas mais um que se queixa e cruza os braços. Não sei por onde começar, mas tenho certeza que se cada um fizer a sua parte, teremos uma vida melhor e estaremos preparando nossos filhos e descendentes mais conscientes de seu papel na sociedade.
Até breve.
Sueli Mozeika
domingo, 25 de julho de 2010
QUEBANDO A RESISTENCIA
Continuando o mesmo caminho
Este é um tema muito real e atual que tenho vivenciado nestes últimos meses. Há momentos que nos deparamos com obstáculos que nos faz desviarmos de nossos caminhos e que nos impede de chegarmos a reta final, dentro do programado. Interessante que há cerca de uns sete a oito anos venho observando, junto a um grupo de funcionários, de empresas privadas e instituições públicas, o quanto é difícil retomar algo que foi deixado para trás.
No caso destes funcionários, todos passaram situações de tensão e pressão, que geraram um estresse ocupacional, e associado a um assédio moral, na grande maioria, que deixou marcas indeléveis em cada um, conforme o grau e a freqüência de exposição a eles.
Cada um destes funcionários desenvolveram além do estresse ocupacional, uma depressão intensa, com regressão emocional, isolamento social e uma resistência de retorno ao trabalho. Muitas vezes essa resistência de retorno é vista como um engodo, tendência a obter benefícios indevidos, mas para quem esta vivenciando o transtorno, sabe o quanto é difícil quebrar uma resistência e retomar o caminho. Este principio é bem documentado na física e tem como nome “princípio da inércia”.
A Wikipédia ilustra de forma simples e clara como funciona tal princípio:- “A inércia é uma propriedade física da matéria (e segundo a Relatividade, também da energia). Considere um corpo não submetido à ação de forças ou submetido a um conjunto de forças de resultante nula; nesta condição esse corpo não sofre variação de velocidade. Isto significa que, se está parado, permanece parado, e se está em movimento, permanece em movimento e a sua velocidade se mantém constante. Tal princípio, formulado pela primeira vez por Galileu e, posteriormente, confirmado por Newton, é conhecido como primeiro princípio da Dinâmica (1ª lei de Newton) ou princípio da Inércia”.
“Podemos interpretar seu enunciado da seguinte maneira: todos os corpos são "preguiçosos" e não desejam modificar seu estado de movimento: se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa "preguiça" é chamada pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de massa”.
“O princípio da inércia pode ser observado no movimento de um ônibus (autocarro, em Portugal). Quando o ônibus "arranca" a partir do repouso, os passageiros tendem a deslocar-se para trás. Da mesma forma, quando o ônibus já em movimento freia (trava em Portugal), os passageiros deslocam-se para a frente, tendendo a continuar com a velocidade que possuíam. A inércia refere-se à resistência que um corpo oferece à alteração do seu estado de repouso ou de movimento. Varia de corpo para corpo e depende da massa dos corpos. Corpos com massa elevada (maior) inércia. Corpos com massa pequena (menor) inércia”.
Este principio tambem é obsevado no mundo psiquico. O caso dos funcionários relatado acima se encaixa perfeitamente neste princípio. Voce já conheceu alguem que tem o hábito de iniciar coisas ou projetos e desiste no meio do caminho ou até mesmo nem conseguem dar o pontapé inicial para começarem?
Será que estou adivinhando seus pensamentos, de que estou rodeando para justificar minha pausa prolongada neste blog? Bem, pode até ser, mas estou justificando com um insight que tive ao me ausentar por todo este período e que pode ser uma dica a aqueles que conhecemos e que possuem este hábito. Algumas mudanças na minha rotina de vida ocupou a prioridade de meu tempo por cerca de uns dois meses, mas já esta indo para cinco meses o tempo que parei. O que aconteceu neste período de tres meses? Por que não voltei antes?
Esta ultima pergunta eu me fiz muitas vezes. Por que voce não volta, por que? Não conseguia nenhuma resposta, só justificativas não convincente, desculpas esfarrapadas. Cheguei a cogitar em abrir outro blog, com novos temas, algo que até posso vir a fazer, mas que não se enquadra neste contexto, pois gosto de escrever minhas experiencias, minhas reflexões e gosto tambem de compartilha-las com cada um de meus amigos. O que então esta me impedindo de retomar este projeto?
Depois de muito tempo pensando e refletindo, num momento em que me veio a mente as leis que governam o universo, a lei da inércia me despertou a atenção, pois era exatamente o que os funcionários apresentavam quando se afastavam da empresa por doença de ordem ocupacional. Vem a tona toda a história que vivenciaram dentro do ambiente profissonal, as pressões e humilhações. Adoeceram por não saberem parar, por não saberem impor limites a suas vidas e não retornavam por falta de uma “enegia” que os acolhessem. O receio de não conseguirem dar conta do recado se voltarem, de serem rejeitados ou alvos de chacotas. Vem o medo do confronto, a insegurança. Quando voce coloca o carro em movimento ele sai em primeira, em baixa velocidade, só depois vai ganhando velocidade novamente. Tal qual na física, nosso aparelho psiquico reage com a força do “comodismo”. É mais fácil manter-se no estatus quo, do que vencer a força da mudança e, mudança pode significar não deixar nossos sonhos para tras, mas nos esforçarmos para dar continuidade a eles, nem que isso exija vencermos a força da vergonha, do orgulho, da insegurança. Todos encontramos obstáculos na vida, mas nada justifica que encontremos um atalho e voltemos ao nosso caminho original, que lá na frente pode ter a mesma paisagem, ou outra completamente diferente.
Foto:Sueli Mozeika
Este é um tema muito real e atual que tenho vivenciado nestes últimos meses. Há momentos que nos deparamos com obstáculos que nos faz desviarmos de nossos caminhos e que nos impede de chegarmos a reta final, dentro do programado. Interessante que há cerca de uns sete a oito anos venho observando, junto a um grupo de funcionários, de empresas privadas e instituições públicas, o quanto é difícil retomar algo que foi deixado para trás.
No caso destes funcionários, todos passaram situações de tensão e pressão, que geraram um estresse ocupacional, e associado a um assédio moral, na grande maioria, que deixou marcas indeléveis em cada um, conforme o grau e a freqüência de exposição a eles.
Cada um destes funcionários desenvolveram além do estresse ocupacional, uma depressão intensa, com regressão emocional, isolamento social e uma resistência de retorno ao trabalho. Muitas vezes essa resistência de retorno é vista como um engodo, tendência a obter benefícios indevidos, mas para quem esta vivenciando o transtorno, sabe o quanto é difícil quebrar uma resistência e retomar o caminho. Este principio é bem documentado na física e tem como nome “princípio da inércia”.
A Wikipédia ilustra de forma simples e clara como funciona tal princípio:- “A inércia é uma propriedade física da matéria (e segundo a Relatividade, também da energia). Considere um corpo não submetido à ação de forças ou submetido a um conjunto de forças de resultante nula; nesta condição esse corpo não sofre variação de velocidade. Isto significa que, se está parado, permanece parado, e se está em movimento, permanece em movimento e a sua velocidade se mantém constante. Tal princípio, formulado pela primeira vez por Galileu e, posteriormente, confirmado por Newton, é conhecido como primeiro princípio da Dinâmica (1ª lei de Newton) ou princípio da Inércia”.
“Podemos interpretar seu enunciado da seguinte maneira: todos os corpos são "preguiçosos" e não desejam modificar seu estado de movimento: se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa "preguiça" é chamada pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de massa”.
“O princípio da inércia pode ser observado no movimento de um ônibus (autocarro, em Portugal). Quando o ônibus "arranca" a partir do repouso, os passageiros tendem a deslocar-se para trás. Da mesma forma, quando o ônibus já em movimento freia (trava em Portugal), os passageiros deslocam-se para a frente, tendendo a continuar com a velocidade que possuíam. A inércia refere-se à resistência que um corpo oferece à alteração do seu estado de repouso ou de movimento. Varia de corpo para corpo e depende da massa dos corpos. Corpos com massa elevada (maior) inércia. Corpos com massa pequena (menor) inércia”.
Este principio tambem é obsevado no mundo psiquico. O caso dos funcionários relatado acima se encaixa perfeitamente neste princípio. Voce já conheceu alguem que tem o hábito de iniciar coisas ou projetos e desiste no meio do caminho ou até mesmo nem conseguem dar o pontapé inicial para começarem?
Será que estou adivinhando seus pensamentos, de que estou rodeando para justificar minha pausa prolongada neste blog? Bem, pode até ser, mas estou justificando com um insight que tive ao me ausentar por todo este período e que pode ser uma dica a aqueles que conhecemos e que possuem este hábito. Algumas mudanças na minha rotina de vida ocupou a prioridade de meu tempo por cerca de uns dois meses, mas já esta indo para cinco meses o tempo que parei. O que aconteceu neste período de tres meses? Por que não voltei antes?
Esta ultima pergunta eu me fiz muitas vezes. Por que voce não volta, por que? Não conseguia nenhuma resposta, só justificativas não convincente, desculpas esfarrapadas. Cheguei a cogitar em abrir outro blog, com novos temas, algo que até posso vir a fazer, mas que não se enquadra neste contexto, pois gosto de escrever minhas experiencias, minhas reflexões e gosto tambem de compartilha-las com cada um de meus amigos. O que então esta me impedindo de retomar este projeto?
Depois de muito tempo pensando e refletindo, num momento em que me veio a mente as leis que governam o universo, a lei da inércia me despertou a atenção, pois era exatamente o que os funcionários apresentavam quando se afastavam da empresa por doença de ordem ocupacional. Vem a tona toda a história que vivenciaram dentro do ambiente profissonal, as pressões e humilhações. Adoeceram por não saberem parar, por não saberem impor limites a suas vidas e não retornavam por falta de uma “enegia” que os acolhessem. O receio de não conseguirem dar conta do recado se voltarem, de serem rejeitados ou alvos de chacotas. Vem o medo do confronto, a insegurança. Quando voce coloca o carro em movimento ele sai em primeira, em baixa velocidade, só depois vai ganhando velocidade novamente. Tal qual na física, nosso aparelho psiquico reage com a força do “comodismo”. É mais fácil manter-se no estatus quo, do que vencer a força da mudança e, mudança pode significar não deixar nossos sonhos para tras, mas nos esforçarmos para dar continuidade a eles, nem que isso exija vencermos a força da vergonha, do orgulho, da insegurança. Todos encontramos obstáculos na vida, mas nada justifica que encontremos um atalho e voltemos ao nosso caminho original, que lá na frente pode ter a mesma paisagem, ou outra completamente diferente.
Foto:Sueli Mozeika
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sexta-feira, 5 de março de 2010
TEMPOS MODERNOS II
LIBERDADE X ROBOTIZAÇÃO
No artigo anterior falei a respeito das crenças como um fator limitador no crescimento interior. Hoje meu olhar esta voltado para as regras e disciplinas a que estamos sujeitos que nos limitam, aprisionam e nos robotizam. Este tema, de certa forma, já estava selecionado para dar continuidade a este trabalho, mas nestas ultimas semanas, participei de dois eventos que só vieram corroborar com minha visão a respeito de estarmos vivendo um engessamento cultural e intelectual.
Assisti a um debate sobre o filme SICKO $0$ Saúde, de Michel Moore e uma aula introdutória sobre os pensamentos de Michael Foucault. É muito triste percebermos que somos enganados, manipulados de uma forma descarada e não nos damos conta.
Retomando a entrevista do Djurs, em determinado momento ele cita sobre qualidade total “... , quando o ideal se transforma na condição para obter uma certificação, o que acontece é que se está a obrigar toda a gente a dissimular o que realmente se passa no trabalho. Deixa de ser possível falar do que não funciona, das dificuldades encontradas. Quando há um incidente numa central nuclear, o melhor é não dizer nada”.
Fala também do protocolo médico, o quanto os médicos podem ser retaliados se não seguirem um determinado protocolo de uma determinada doença, mesmo sabendo que tal protocolo não é adequado para aquele paciente em particular. Não é respeitada a individualidade do paciente, afinal, somos robôs, máquinas feitas em linha de montagem. De acordo com Foucault a humanidade vive enquadrada a determinados discursos e quando não nos adaptamos a eles somos segregados. No desligamento das empresas ou nas entrevistas para empregos é muito comum ouvirmos a célebre frase “você não tem perfil para o cargo”. Nos plano médicos, a sua “doença não dá cobertura”, e daí por diante.
O mais interessante disso tudo é a nossa necessidade de nos sentirmos enquadrados, ou “engessados” a estes discursos, muitas vezes absurdos, mas já prontos e estabelecidos, cômodos, que nos economizam a energia do pensamento e da criatividade. Torna-se honeroso ir de encontro a tais princípios, mesmo sabendo que os mesmos nos adoecem, mas temos a garantia da aceitação pública, mesmo que os atos impostos sejam contra as normas éticas e morais, como as que vivemos hoje, onde o enquadramento é ser corrupto, antiético e tirar vantagem em tudo, mesmo que eu esteja prejudicando o meu próximo.
Vem então a pergunta: o que é liberdade? Para responder a esta pergunta cito um dos meus artigos anterior, A inversão de valores: Um câncer universal? Nele, discurso sobre a ética, que “Como ciência, estabelece metodologias para a discussão acerca do agir humano, tendo presente princípios morais que se tornam fundamentais porque responde a necessidade de preservação do homem como indivíduo pertencente a essa grande família universal, que é a humanidade”. (Drumond, 2005).
Podemos deduzir então que liberdade é eu poder pensar e agir independente do outro, desde que respeite os princípios morais que preservam o homem e consequentemente a humanidade, isto é desde que eu não seja uma célula cancerosa.
Este assunto é muito extenso e polemico, mas acho que esta introdução já é suficiente para refletirmos a respeito de como agimos e pensamos ou se nos deixamos levar pelo agir e pensar do outro.
Uma boa reflexão a todos.
SM
No artigo anterior falei a respeito das crenças como um fator limitador no crescimento interior. Hoje meu olhar esta voltado para as regras e disciplinas a que estamos sujeitos que nos limitam, aprisionam e nos robotizam. Este tema, de certa forma, já estava selecionado para dar continuidade a este trabalho, mas nestas ultimas semanas, participei de dois eventos que só vieram corroborar com minha visão a respeito de estarmos vivendo um engessamento cultural e intelectual.
Assisti a um debate sobre o filme SICKO $0$ Saúde, de Michel Moore e uma aula introdutória sobre os pensamentos de Michael Foucault. É muito triste percebermos que somos enganados, manipulados de uma forma descarada e não nos damos conta.
Retomando a entrevista do Djurs, em determinado momento ele cita sobre qualidade total “... , quando o ideal se transforma na condição para obter uma certificação, o que acontece é que se está a obrigar toda a gente a dissimular o que realmente se passa no trabalho. Deixa de ser possível falar do que não funciona, das dificuldades encontradas. Quando há um incidente numa central nuclear, o melhor é não dizer nada”.
Fala também do protocolo médico, o quanto os médicos podem ser retaliados se não seguirem um determinado protocolo de uma determinada doença, mesmo sabendo que tal protocolo não é adequado para aquele paciente em particular. Não é respeitada a individualidade do paciente, afinal, somos robôs, máquinas feitas em linha de montagem. De acordo com Foucault a humanidade vive enquadrada a determinados discursos e quando não nos adaptamos a eles somos segregados. No desligamento das empresas ou nas entrevistas para empregos é muito comum ouvirmos a célebre frase “você não tem perfil para o cargo”. Nos plano médicos, a sua “doença não dá cobertura”, e daí por diante.
O mais interessante disso tudo é a nossa necessidade de nos sentirmos enquadrados, ou “engessados” a estes discursos, muitas vezes absurdos, mas já prontos e estabelecidos, cômodos, que nos economizam a energia do pensamento e da criatividade. Torna-se honeroso ir de encontro a tais princípios, mesmo sabendo que os mesmos nos adoecem, mas temos a garantia da aceitação pública, mesmo que os atos impostos sejam contra as normas éticas e morais, como as que vivemos hoje, onde o enquadramento é ser corrupto, antiético e tirar vantagem em tudo, mesmo que eu esteja prejudicando o meu próximo.
Vem então a pergunta: o que é liberdade? Para responder a esta pergunta cito um dos meus artigos anterior, A inversão de valores: Um câncer universal? Nele, discurso sobre a ética, que “Como ciência, estabelece metodologias para a discussão acerca do agir humano, tendo presente princípios morais que se tornam fundamentais porque responde a necessidade de preservação do homem como indivíduo pertencente a essa grande família universal, que é a humanidade”. (Drumond, 2005).
Podemos deduzir então que liberdade é eu poder pensar e agir independente do outro, desde que respeite os princípios morais que preservam o homem e consequentemente a humanidade, isto é desde que eu não seja uma célula cancerosa.
Este assunto é muito extenso e polemico, mas acho que esta introdução já é suficiente para refletirmos a respeito de como agimos e pensamos ou se nos deixamos levar pelo agir e pensar do outro.
Uma boa reflexão a todos.
SM
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
TEMPOS MODERNOS
Suas Consequencias
Parte I
O Poder da Crença
É interessante como nossas crenças nos dominam. Desde pequenos aprendemos a importancia da responsabilidade, até mesmo porque ela gera no outro a credibilidade e a confiança que podem depositar ou não em nós. E, supõe-se que, todos gostamos de ser confiáveis.
Em cima dessa premissa, percebi esta semana o peso da responsabilidade, uma vez que firmei com meus amigos e seguidores um compromisso de todas as semanas escrever um artigo neste blog. Será que vocês sabiam que realmente os artigos seriam semanais? Muitos talvez sim, outros só entram, ou não no blog, quando recebem o e_mail com o aviso, mas o meu cérebro registrou isso como verdade e fica o tempo todo me cobrando e me chamando de irresponsável. Muitas vezes somos tomados por imprevistos e consequentemente obrigados a tomarmos outros rumos, mas nossa mente fica nos cutucando que deixamos algo por fazer, que estamos sendo irresponsáveis, que em função disso podemos cair em descrença e consequentemente caímos em um sofrimento mental. Será que realmente tudo deve seguir obrigatoriamente um protocolo e nada pode ser alterado no meio do caminho?
Não estou usando isso como uma justificativa por “não ter cumprido com minha obrigação” com meus amigos e leitores. Estou falando porque enquanto estava pensando num tema para expor aqui, abri o meu e_mail e li uma mensagem que me impactou muito, inclusive vou deixar o link no final para quem desejar ler a entrevista na integra. O tema era: Entrevista a Christophe de Dejours "Um suicídio no trabalho é uma mensagem brutal". O entrevistado, Christophe de Dejours, comenta sobre as mudanças na organização do trabalho, novas técnicas de avaliação individual, precariedade no trabalho, o assédio moral, alem de outros pontos importantes. O que mais me chamou a atenção foi exatamente sobre o perfil da vítima. É exatamente a pessoa mais envolvida na sua tarefa, a mais dedicada e responsável, aquela que ama o que faz e o faz na maioria das vezes além de seus limites em detrimento da vida pessoal, pois o trabalho é a sua única paixão. “São frequentemente pessoas muito honestas e algo ingenuas. Portanto, quando lhes pedem coisas que vão contra as regras da profissão, contra a lei e os regulamentos, contra o código do trabalho, recusam-se a fazê-las”...
Engraçado, nos dias de hoje os honestos são os que mais sofrem, são os mais perseguidos, os que mais adoecem? É claro que existem outros fatores agregados, como a competição que desestabiliza a equipe e acirra o individualismo, o medo de perder o emprego, o isolamento social, a insegurança e a falta de confiança nas pessoas ao redor.
Voltando ao tema, a tecnologia avançou, mas os relacionamentos humanos se deterioraram. O homem é um ser gregário, não vive só, ele necessita do outro, exatamente este outro que esta competindo ou esta ameaçando seu emprego, sua família, sua vida.
Precisamos rever nossas crenças e valores, isto não quer dizer pular para o outro lado, ser irresponsável,desonesto, mas saber reconhecer nossos valores, por nós mesmos e não pela avaliação,o olhar da empresa. Sabermos reconhecer e respeitar nossos limites e principalmente buscarmos a nossa paixão, algo só nosso que nos satisfaça, nos dá energia para enfrentarmos os tempos modernos.
Hoje estou falando sobre o olhar da crença, mas existem outros olhares que pretendo falar num próximo capítulo.
Para os interessados no tema de assédio moral no trabalho, o adoecimento no ambiente do trabalho, sugiro a leitura da entrevista com Christophe de Dejours – é só digitar o link abaixo:-
http://www.publico.pt/Sociedade/um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-brutal_1420732
Sueli Mozeika
Parte I
O Poder da Crença
É interessante como nossas crenças nos dominam. Desde pequenos aprendemos a importancia da responsabilidade, até mesmo porque ela gera no outro a credibilidade e a confiança que podem depositar ou não em nós. E, supõe-se que, todos gostamos de ser confiáveis.
Em cima dessa premissa, percebi esta semana o peso da responsabilidade, uma vez que firmei com meus amigos e seguidores um compromisso de todas as semanas escrever um artigo neste blog. Será que vocês sabiam que realmente os artigos seriam semanais? Muitos talvez sim, outros só entram, ou não no blog, quando recebem o e_mail com o aviso, mas o meu cérebro registrou isso como verdade e fica o tempo todo me cobrando e me chamando de irresponsável. Muitas vezes somos tomados por imprevistos e consequentemente obrigados a tomarmos outros rumos, mas nossa mente fica nos cutucando que deixamos algo por fazer, que estamos sendo irresponsáveis, que em função disso podemos cair em descrença e consequentemente caímos em um sofrimento mental. Será que realmente tudo deve seguir obrigatoriamente um protocolo e nada pode ser alterado no meio do caminho?
Não estou usando isso como uma justificativa por “não ter cumprido com minha obrigação” com meus amigos e leitores. Estou falando porque enquanto estava pensando num tema para expor aqui, abri o meu e_mail e li uma mensagem que me impactou muito, inclusive vou deixar o link no final para quem desejar ler a entrevista na integra. O tema era: Entrevista a Christophe de Dejours "Um suicídio no trabalho é uma mensagem brutal". O entrevistado, Christophe de Dejours, comenta sobre as mudanças na organização do trabalho, novas técnicas de avaliação individual, precariedade no trabalho, o assédio moral, alem de outros pontos importantes. O que mais me chamou a atenção foi exatamente sobre o perfil da vítima. É exatamente a pessoa mais envolvida na sua tarefa, a mais dedicada e responsável, aquela que ama o que faz e o faz na maioria das vezes além de seus limites em detrimento da vida pessoal, pois o trabalho é a sua única paixão. “São frequentemente pessoas muito honestas e algo ingenuas. Portanto, quando lhes pedem coisas que vão contra as regras da profissão, contra a lei e os regulamentos, contra o código do trabalho, recusam-se a fazê-las”...
Engraçado, nos dias de hoje os honestos são os que mais sofrem, são os mais perseguidos, os que mais adoecem? É claro que existem outros fatores agregados, como a competição que desestabiliza a equipe e acirra o individualismo, o medo de perder o emprego, o isolamento social, a insegurança e a falta de confiança nas pessoas ao redor.
Voltando ao tema, a tecnologia avançou, mas os relacionamentos humanos se deterioraram. O homem é um ser gregário, não vive só, ele necessita do outro, exatamente este outro que esta competindo ou esta ameaçando seu emprego, sua família, sua vida.
Precisamos rever nossas crenças e valores, isto não quer dizer pular para o outro lado, ser irresponsável,desonesto, mas saber reconhecer nossos valores, por nós mesmos e não pela avaliação,o olhar da empresa. Sabermos reconhecer e respeitar nossos limites e principalmente buscarmos a nossa paixão, algo só nosso que nos satisfaça, nos dá energia para enfrentarmos os tempos modernos.
Hoje estou falando sobre o olhar da crença, mas existem outros olhares que pretendo falar num próximo capítulo.
Para os interessados no tema de assédio moral no trabalho, o adoecimento no ambiente do trabalho, sugiro a leitura da entrevista com Christophe de Dejours – é só digitar o link abaixo:-
http://www.publico.pt/Sociedade/um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-brutal_1420732
Sueli Mozeika
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
DERRUBANDO PRECONCEITOS
LOUCURA X SABEDORIA
Neste final de semana li o livro “De gênio e louco todo mundo tem um pouco” de Augusto Cury. Esta aí uma obra genial, com uma universidade de olhares, onde as emoções são revolvidas de uma forma divertida e ao mesmo tempo sutil. Deparamo-nos com nossos mais íntimos sentimentos, desde a nossa auto estima, medo, rejeição, limitações até nossas negligencias, crenças, valores e preconceitos. Uma obra que nos faz refletir sobre a nossa posição diante deste mundo massificante e competitivo, onde se instiga a individualidade, o poder, a sagacidade em detrimento das amizades sem interesses, o compartilhamento e o amor.
Você pode até falar que as pessoas são humanitárias, citando a mobilização nos momentos de catástrofes, como as vítimas do terremoto do Haiti, das enchentes e desabamentos tão recentes e comentadas a todo instante. Sim, só nos momentos de catástrofes, onde a mídia sabe manipular os sentimentos e emoções, onde nos sensibilizamos com catástrofes naturais que pode atingir qualquer um de nós, de forma brutal e inesperada. De uma forma onde nosso poder de decisão e ação é bloqueado por uma força incontinda. Um dos raros momentos onde nos colocamos no lugar do outro, onde nossa empatia se faz presente, onde nos deparamos com nossas limitações.
Passados alguns dias, quando a poeira se assenta, quando surge alguma outra noticia mais interessante, nossa mente volta para nossos problemas particulares, para o nosso corre corre, para lugar nenhum.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção no livro foi que exatamente os considerados parias da sociedade, aqueles que estão no anonimato, os que não damos crédito são os que podem trazer soluções simples e fáceis de serem executadas. Na maioria das vezes achamos que a solução para nossos problemas esta no dinheiro, na realização de nossos desejos consumistas, no nosso destaque na sociedade, quando na verdade, a solução esta dentro de nós, na forma como encaramos o mundo, a vida.
Podemos viver com pouco, mas quando este pouco é o desprendimento, a espontaneidade e o amor, este pouco se transforma em uma fortuna. É quando a loucura se torna sábia.
Pensem e reflitam.
Sueli Mozeika
Neste final de semana li o livro “De gênio e louco todo mundo tem um pouco” de Augusto Cury. Esta aí uma obra genial, com uma universidade de olhares, onde as emoções são revolvidas de uma forma divertida e ao mesmo tempo sutil. Deparamo-nos com nossos mais íntimos sentimentos, desde a nossa auto estima, medo, rejeição, limitações até nossas negligencias, crenças, valores e preconceitos. Uma obra que nos faz refletir sobre a nossa posição diante deste mundo massificante e competitivo, onde se instiga a individualidade, o poder, a sagacidade em detrimento das amizades sem interesses, o compartilhamento e o amor.
Você pode até falar que as pessoas são humanitárias, citando a mobilização nos momentos de catástrofes, como as vítimas do terremoto do Haiti, das enchentes e desabamentos tão recentes e comentadas a todo instante. Sim, só nos momentos de catástrofes, onde a mídia sabe manipular os sentimentos e emoções, onde nos sensibilizamos com catástrofes naturais que pode atingir qualquer um de nós, de forma brutal e inesperada. De uma forma onde nosso poder de decisão e ação é bloqueado por uma força incontinda. Um dos raros momentos onde nos colocamos no lugar do outro, onde nossa empatia se faz presente, onde nos deparamos com nossas limitações.
Passados alguns dias, quando a poeira se assenta, quando surge alguma outra noticia mais interessante, nossa mente volta para nossos problemas particulares, para o nosso corre corre, para lugar nenhum.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção no livro foi que exatamente os considerados parias da sociedade, aqueles que estão no anonimato, os que não damos crédito são os que podem trazer soluções simples e fáceis de serem executadas. Na maioria das vezes achamos que a solução para nossos problemas esta no dinheiro, na realização de nossos desejos consumistas, no nosso destaque na sociedade, quando na verdade, a solução esta dentro de nós, na forma como encaramos o mundo, a vida.
Podemos viver com pouco, mas quando este pouco é o desprendimento, a espontaneidade e o amor, este pouco se transforma em uma fortuna. É quando a loucura se torna sábia.
Pensem e reflitam.
Sueli Mozeika
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
SAUDE:- PRIORIDADE Nº 1
Ola!
Dei uma sumida mas já estou retornando depois de um pequeno descanso de final de ano. Aproveitei este período para uma reflexão, como a grande maioria das pessoas fazem na virada do ano. Cada inicio de ano procuramos renovar nossas energias e criar novos objetivos.
Este ano pretendo diversificar bastante os assuntos, os olhares. Elegi como primeiro tema do ano a saúde e o meio ambiente, que são temas muito em voga e interrelacionados.
Durante este meu breve descanso assisti uma reportagem sobre alimentos vivos e achei muito interessante e gostaria de partilhar com vocês. É um grupo coordenado pela médica Maria Luiza Branco Nogueira da Silva, do Centro de Saúde Escola da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca no Rio de Janeiro.
Espero que vocês gostem do tema.
CUIDANDO DA SAÚDE HUMANA E DO AMBIENTE NATURAL
A ecomedicina é um conceito introduzido pela Rede de Ciência e Saúde Ambiental – SEHN- EUA, que desde 1994 sugeriu este nome para designar o caminho que associa a medicina – saúde – ambiente. Envolve várias ações que assegurem a saúde do ambiente, atividades ecológicas em unidades de saúde, medicinas alternativas e ampla discussão ética e lógica sobre a aplicação do conhecimento científico para a preservação do ambiente e da saúde humana.
Há alguns anos vem se firmando esta nova área da ciência apoiada na idéia do ser que vive em harmonia com seu habitat, encontra a saúde. E o planeta Terra é o habitat onde todos contribuem para essa harmonia, através de seus atos individuais e coletivos.
A Ecomedicina engloba ações, desde campanhas de conscientização dirigidas à população sobre os efeitos das toxinas acumuladas nos seres humanos até o incentivo a estilos de vida de maior envolvimento com o ambiente natural. Esta construção está sendo feita juntamente com o movimento do Green Peace e do Bioneers , entre outros. Podem-se identificar duas tendências distintas nesta construção: aqueles que estudam o impacto das transformações ambientais na saúde humana e aqueles que atuam nos programas de educação com ênfase na saúde individual, relacionando hábitos de vida e impactos ambientais. E finalmente, ambos contribuem para a orientação das políticas públicas de saúde.
No Brasil, a política pública orienta-se para a socialização da medicina, garantindo o acesso a todos os brasileiros, de uma forma justa e igualitária, mas ainda favorecendo o acesso a medicações e tratamentos intervencionistas da medicina dominante. Nos últimos anos, as medicinas naturais vêm ganhando espaço nos serviços públicos, mas apresentada como uma “alternativa” de tratamento!
Longe estamos da visão positiva do contato com o ambiente natural como promotor da saúde! Carecemos de um olhar mais integrado com as outras áreas do conhecimento que se dirijam ao ecossistema planetário!
Entendemos que o médico promotor da saúde precisa resgatar seu papel original e fundamental de ser um educador! Médico, palavra que significa educador e também aquele que é o “mediador” entre a natureza e o ser em desarmonia! Diferente do atual papel de “re-mediador”, onde o “remédio, hoje medicamentos ou drogas, ganhou mais importância.
O educador, neste contexto, é o mediador que considera as condições ambientais favorecedoras ou não para a regeneração da vida.
Um exemplo fundamental é a qualidade da água!Ocupando 70% do nosso peso corporal, de todos os seres vivos e do planeta Terra, conhecer as diversas estruturas e qualidades da água e seu papel na regeneração da saúde é básico! Conhecer como se recupera o ecossistema corporal e propor ações para a melhoria dessas condições, passa a ser papel do médico ecológico.
Na literatura sobre a “promoção da saúde”, a abordagem ecológica tem sido bastante aceita, pois se reconhece a importância de uma visão mais integradora do homem com o ambiente. O Informe Lalonde (1974) já propôs essa integração quando formulou a idéia de “campo da saúde” abrangendo a biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e organização ampliada da atenção à saúde. E, como aponta Gentile (2002) “... a perspectiva de agregar a realidade brasileira uma nova discussão para as linhas de ação do setor, de agregação de um novo olhar para a saúde... pode significar um potencial transformador de nossas práticas de lidar com a saúde”.
Encontramos assim uma possibilidade de que um dia essa discussão venha se tornar realmente decisiva em nossas ações de saúde!
Para maiores informações e conhecimento deste trabalho segue a Fonte:- http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/?q=ecomedicina
Dei uma sumida mas já estou retornando depois de um pequeno descanso de final de ano. Aproveitei este período para uma reflexão, como a grande maioria das pessoas fazem na virada do ano. Cada inicio de ano procuramos renovar nossas energias e criar novos objetivos.
Este ano pretendo diversificar bastante os assuntos, os olhares. Elegi como primeiro tema do ano a saúde e o meio ambiente, que são temas muito em voga e interrelacionados.
Durante este meu breve descanso assisti uma reportagem sobre alimentos vivos e achei muito interessante e gostaria de partilhar com vocês. É um grupo coordenado pela médica Maria Luiza Branco Nogueira da Silva, do Centro de Saúde Escola da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca no Rio de Janeiro.
Espero que vocês gostem do tema.
CUIDANDO DA SAÚDE HUMANA E DO AMBIENTE NATURAL
A ecomedicina é um conceito introduzido pela Rede de Ciência e Saúde Ambiental – SEHN- EUA, que desde 1994 sugeriu este nome para designar o caminho que associa a medicina – saúde – ambiente. Envolve várias ações que assegurem a saúde do ambiente, atividades ecológicas em unidades de saúde, medicinas alternativas e ampla discussão ética e lógica sobre a aplicação do conhecimento científico para a preservação do ambiente e da saúde humana.
Há alguns anos vem se firmando esta nova área da ciência apoiada na idéia do ser que vive em harmonia com seu habitat, encontra a saúde. E o planeta Terra é o habitat onde todos contribuem para essa harmonia, através de seus atos individuais e coletivos.
A Ecomedicina engloba ações, desde campanhas de conscientização dirigidas à população sobre os efeitos das toxinas acumuladas nos seres humanos até o incentivo a estilos de vida de maior envolvimento com o ambiente natural. Esta construção está sendo feita juntamente com o movimento do Green Peace e do Bioneers , entre outros. Podem-se identificar duas tendências distintas nesta construção: aqueles que estudam o impacto das transformações ambientais na saúde humana e aqueles que atuam nos programas de educação com ênfase na saúde individual, relacionando hábitos de vida e impactos ambientais. E finalmente, ambos contribuem para a orientação das políticas públicas de saúde.
No Brasil, a política pública orienta-se para a socialização da medicina, garantindo o acesso a todos os brasileiros, de uma forma justa e igualitária, mas ainda favorecendo o acesso a medicações e tratamentos intervencionistas da medicina dominante. Nos últimos anos, as medicinas naturais vêm ganhando espaço nos serviços públicos, mas apresentada como uma “alternativa” de tratamento!
Longe estamos da visão positiva do contato com o ambiente natural como promotor da saúde! Carecemos de um olhar mais integrado com as outras áreas do conhecimento que se dirijam ao ecossistema planetário!
Entendemos que o médico promotor da saúde precisa resgatar seu papel original e fundamental de ser um educador! Médico, palavra que significa educador e também aquele que é o “mediador” entre a natureza e o ser em desarmonia! Diferente do atual papel de “re-mediador”, onde o “remédio, hoje medicamentos ou drogas, ganhou mais importância.
O educador, neste contexto, é o mediador que considera as condições ambientais favorecedoras ou não para a regeneração da vida.
Um exemplo fundamental é a qualidade da água!Ocupando 70% do nosso peso corporal, de todos os seres vivos e do planeta Terra, conhecer as diversas estruturas e qualidades da água e seu papel na regeneração da saúde é básico! Conhecer como se recupera o ecossistema corporal e propor ações para a melhoria dessas condições, passa a ser papel do médico ecológico.
Na literatura sobre a “promoção da saúde”, a abordagem ecológica tem sido bastante aceita, pois se reconhece a importância de uma visão mais integradora do homem com o ambiente. O Informe Lalonde (1974) já propôs essa integração quando formulou a idéia de “campo da saúde” abrangendo a biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e organização ampliada da atenção à saúde. E, como aponta Gentile (2002) “... a perspectiva de agregar a realidade brasileira uma nova discussão para as linhas de ação do setor, de agregação de um novo olhar para a saúde... pode significar um potencial transformador de nossas práticas de lidar com a saúde”.
Encontramos assim uma possibilidade de que um dia essa discussão venha se tornar realmente decisiva em nossas ações de saúde!
Para maiores informações e conhecimento deste trabalho segue a Fonte:- http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/?q=ecomedicina
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