segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A UNIDADE NA DIVERSIDADE

UM SÓ CORPO; VÁRIOS MEMBROS

“Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós... Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele”. I Co 12:14-21;25-26

Depois de romper a resistência vem uma ânsia muito intensa de querer recuperar o tempo perdido. De repente vem uma avalanche de temas e assuntos interessantes, e a dificuldade de selecioná-los. É muito interessante o processo que ocorre em minha mente, parece uma disputa onde os temas se digladiam para ver quem será o primeiro a sair em destaque, como o conflito é grande, nada acontece, há uma paralisia total, continuo estagnada, sem saber que caminho tomar. Assim permaneço por alguns dias, agora não sem tempo ou assunto, não por falta, mas sim por excesso. Percebendo que a guerra é intensa decido, então, escutar meus pensamentos, é quando me lembro de um livro que li recentemente “A cientista que curou o seu próprio cérebro” da neurocientista Jill Taylor. Ela descreve as dificuldades e as estratégias que encontrou para vencer um derrame que atingiu seu cérebro esquerdo. Ela pode localizar algumas funções específicas de cada um de nosso hemisfério do cérebro, o direito e o esquerdo e a importância da integração dos mesmos para se sentir inteira e completa.

O que mais me chamou a atenção e me fez lembrar o episódio foi seu comentário a respeito do lado crítico do hemisfério esquerdo. Aquele que apesar de conseguir criar e contar estórias é o que de certa forma nos limita e nos impede de deixarmos a nossa criança aflorar. Quando ele domina, nos tornamos negativistas, e por vezes amargos, nos impedimos de conhecer coisas novas, não nos damos a oportunidade de mudanças e nos restringimos a uma vida enlatada, quadradinha.

Quando é o hemisfério direito quem domina, perdemos nosso senso de limite, a nossa crítica se perde e não nos incomodamos mais com o que os outros vão pensar de nós. As aptidões artísticas se afloram, assim como a sensibilidade e a empatia em relação ao outro. Atingi-se o nirvana. É o cérebro dos sentimentos e sensibilidade.
Vocês agora podem estar perguntando, o que tudo isto tem a ver com sua dificuldade de escolher um tema? Eu lhes respondo. Tudo. Porque quando parei para ouvir meus pensamentos, percebi que meu lado crítico e racional estava predominando, queria algo perfeito, espetacular, que viesse a agradar a todos, mas como ele também é negativista, mostrou seu lado crítico e inseguro, do tipo, você não vai conseguir, foi quando a guerra começou. Quando me dei conta do que estava acontecendo, parei, respirei fundo e deixei minha mente vagar, fluir naturalmente, foi quando as palavras começaram a surgir, lá do fundo do coração. Fui deixando meus sentimentos aflorarem e as palavras e frases foram saindo e preenchendo a página.

Ao perceber o que estava ocorrendo senti uma tranqüilidade e pude comprovar através da prática que podemos resgatar nossa paz interior mudando apenas o nosso foco, sem desprezar o todo. Cada parte de nosso cérebro tem sua função específica e quando esta unidade esta harmonizada com o todo pode gerar a cura e o contrário, se a unidade desprezar a diversidade, o todo, vai gerar a discórdia e a doença.

Sueli Mozeika

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