domingo, 24 de outubro de 2010

EM BUSCA DA PAIXÃO







Certo dia estava assistindo um filme motivacional e num dado momento o palestrante pergunta ao grupo quem tinha uma paixão e qual era ela. A maioria dizia que era os filhos, a esposa, outros o trabalho. Ele sorri e diz que isto não era paixão. Paixão podia ser um esporte, um lazer, algo muito pessoal e cada vez que você se envolvia com ela saia energizado. Neste momento senti como se tivesse sido nocauteada com um soco no estomago. Nesta época estava vivendo um momento de muita tensão e pressão tanto no trabalho como no ambiente doméstico e tudo o que vinha realizando estava voltado única e exclusivamente para a família e trabalho. Vinha me sentindo cansada, sem motivação, com a sensação como se estivesse remando contra a maré.

Depois de passado o choque, comecei a fazer uma retrospectiva de minha vida e percebi que eu tive uma paixão e quando me dedicava a ela realizava muitas coisas ao mesmo tempo e tinha muito animo e energia, me sentia plena e feliz. Na época minha paixão era jogar tênis. Infelizmente sofri uma distensão no ombro direito e acabei por me afastar da paixão e quando me dei conta estava mergulhada na roda viva da vida.

Comecei a pensar quais as outras coisas que eu gostava e que me deixavam feliz. Pensei em várias, algumas não viáveis para o momento, outras sim. Iniciei um curso de pintura, a princípio me apaixonei novamente, mas com o tempo comecei a fazer uma coleção de telas e a não ter mais local para guardá-las, mesmo presenteando as amigas, afinal você não vai ficar dando telas pra todo mundo a todo tempo e neste ínterim as “chamadas obrigações” começaram a falar mais alto e sem perceber, deixei esta nova paixão de lado.

Estava me sentindo como numa montanha russa, cheia de altos e baixos. Cada vez que estava nos baixos me questionava sobre minhas paixões. Encontrava paixões ligeiras, me sentia volúvel, pulando de uma para outra muito rapidamente.

Há cerca de dois, depois de uma fase de estresse muito intensa, tive que dar uma virada em minha vida. Ou fazia isso ou poderia ter uma somatização mais séria e com conseqüências nada animadora. Reduzi minha jornada de trabalho sensivelmente, e desenterrei uma paixão há muito sufocada, a fotografia. Esta paixão já esta durando quase dois anos e a cada dia me sinto mais apaixonada. Ela tem me proporcionado passeios onde hoje tenho um olhar diferente, com mais sensibilidade, mais detalhes. Tem me proporcionado fazer novas amizades, e, principalmente, quando começamos entrar na “melhor idade” elas são indispensáveis.

Quando viajo alio duas paixões que se complementam e me proporciona uma aproximação maior com Deus, pois Ele mostra sua presença em cada cantinho da natureza, desde uma pequena e simples flor, que mostra seus matizes de cores e perfumes, como nos pássaros com suas variedades e cantos diversos. Na brisa suave que toca nossa pele, no sol que ilumina nossos caminhos e nos dá a oportunidade de nos deliciarmos com este mundo a parte que quando damos espaço para que entre em nossos sentidos, ele nos dá energia para continuarmos a nossa jornada na selva habitada pelos que se dizem humanos.

Esta preparação toda é só para dizer que estou saindo de férias, vou recarregar minhas energias, vou deixar as minhas paixões comandar a minha vida por uma semana.

Até breve.

Sueli

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