Suas Consequencias
Parte I
O Poder da Crença
É interessante como nossas crenças nos dominam. Desde pequenos aprendemos a importancia da responsabilidade, até mesmo porque ela gera no outro a credibilidade e a confiança que podem depositar ou não em nós. E, supõe-se que, todos gostamos de ser confiáveis.
Em cima dessa premissa, percebi esta semana o peso da responsabilidade, uma vez que firmei com meus amigos e seguidores um compromisso de todas as semanas escrever um artigo neste blog. Será que vocês sabiam que realmente os artigos seriam semanais? Muitos talvez sim, outros só entram, ou não no blog, quando recebem o e_mail com o aviso, mas o meu cérebro registrou isso como verdade e fica o tempo todo me cobrando e me chamando de irresponsável. Muitas vezes somos tomados por imprevistos e consequentemente obrigados a tomarmos outros rumos, mas nossa mente fica nos cutucando que deixamos algo por fazer, que estamos sendo irresponsáveis, que em função disso podemos cair em descrença e consequentemente caímos em um sofrimento mental. Será que realmente tudo deve seguir obrigatoriamente um protocolo e nada pode ser alterado no meio do caminho?
Não estou usando isso como uma justificativa por “não ter cumprido com minha obrigação” com meus amigos e leitores. Estou falando porque enquanto estava pensando num tema para expor aqui, abri o meu e_mail e li uma mensagem que me impactou muito, inclusive vou deixar o link no final para quem desejar ler a entrevista na integra. O tema era: Entrevista a Christophe de Dejours "Um suicídio no trabalho é uma mensagem brutal". O entrevistado, Christophe de Dejours, comenta sobre as mudanças na organização do trabalho, novas técnicas de avaliação individual, precariedade no trabalho, o assédio moral, alem de outros pontos importantes. O que mais me chamou a atenção foi exatamente sobre o perfil da vítima. É exatamente a pessoa mais envolvida na sua tarefa, a mais dedicada e responsável, aquela que ama o que faz e o faz na maioria das vezes além de seus limites em detrimento da vida pessoal, pois o trabalho é a sua única paixão. “São frequentemente pessoas muito honestas e algo ingenuas. Portanto, quando lhes pedem coisas que vão contra as regras da profissão, contra a lei e os regulamentos, contra o código do trabalho, recusam-se a fazê-las”...
Engraçado, nos dias de hoje os honestos são os que mais sofrem, são os mais perseguidos, os que mais adoecem? É claro que existem outros fatores agregados, como a competição que desestabiliza a equipe e acirra o individualismo, o medo de perder o emprego, o isolamento social, a insegurança e a falta de confiança nas pessoas ao redor.
Voltando ao tema, a tecnologia avançou, mas os relacionamentos humanos se deterioraram. O homem é um ser gregário, não vive só, ele necessita do outro, exatamente este outro que esta competindo ou esta ameaçando seu emprego, sua família, sua vida.
Precisamos rever nossas crenças e valores, isto não quer dizer pular para o outro lado, ser irresponsável,desonesto, mas saber reconhecer nossos valores, por nós mesmos e não pela avaliação,o olhar da empresa. Sabermos reconhecer e respeitar nossos limites e principalmente buscarmos a nossa paixão, algo só nosso que nos satisfaça, nos dá energia para enfrentarmos os tempos modernos.
Hoje estou falando sobre o olhar da crença, mas existem outros olhares que pretendo falar num próximo capítulo.
Para os interessados no tema de assédio moral no trabalho, o adoecimento no ambiente do trabalho, sugiro a leitura da entrevista com Christophe de Dejours – é só digitar o link abaixo:-
http://www.publico.pt/Sociedade/um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-brutal_1420732
Sueli Mozeika
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